Talvez aquele não fosse o momento certo para se começar. Eu era tão frágil, tão menos inexperiente com essas coisas da vida. Ainda hoje me pergunto o motivo de ter dito sim, tão rápido. Apenas afirmei, aceitei, e no final, sofri.
Você me apareceu justo quando eu não estava muito bem sentimentalmente. Surpreendi-me com o seu pedido, me rendi.
Eu tentei, juro como eu tentei retribuir os seus Eu Te Amo, na mesma intensidade, com a mesma tamanha sinceridade. Mas eu não conseguia. Eu queria e ao mesmo tempo não queria.Tinha medo da minha idade, da sua idade. Minhas asas estavam acabando de ser terminadas, tinha medo de não voar no tempo certo. Ah! eu temia. Temia inclusive perder o seu amor e nunca mais encontrar um igual, nunca mais encontrar alguém que me desse tanto carinho, tanta atenção, que tivesse tanto cuidado comigo, e que me amasse daquele jeito, mesmo com tantas limitações. Eu sofria...
Sofria porque eu via que eu não estava certa em te tratar daquela forma, por não conseguir amar-te do modo como me amavas, sofria por ver que você, mesmo diante de tudo isso, não desistia, insistia...
Mas eu não quis insistir mais em querer te amar, minhas tentativas já tinham sido em vão, e aquilo já tinha me feito muito mal. Eu não conseguiria, já sabia. Então, porque aprisionar-te a mim, e aprisionar-me a ti, quando, na verdade, tal celagem persistia em não dar certo? Que tipo de amor poderia nascer em meio ao temor, ao sofrimento, à tristeza, a insistência?
Desisti, porém, aprendi...
Aprendi a dizer não e sim quando melhor pensar, para não vir a tropeçar; aprendi que o amor não surge sob pressão a nada, ele simplismente nasce, sem que percebamos; aprendi que desse sentimento, os antecedentes nunca serão, o temor, a tristeza, o sofrimento, enfim, aprendi muito, inclusive a entender, cada coisa, cada pessoa, e seu devido valor.