quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Essencialmente imprescindível


Dizia que eram grilos aqueles "monstros" que não me deixavam em paz, não deixavam de chilrear, fazendo minha mente latejar... Doença que era o medo. Não fosse ele, eu não alimentaria involuntariamente meus pensamentos com o pavor que os rondava, mas deixaria apenas que passassem por ali, e depois outros ventos, saudáveis agora, tomariam espaço onde aquele quisera apenas recostar-se . Esforçava-me para arremessá-los longe, e já tinha certeza que teria de me esforçar para tanto, o resto de minha vida. O Divino me estimulava, e por isso era a Ele a quem eu buscava, sempre; Ele e todas as coisas que são Dele, era isso que eu alimentava, alimento. E já havia provado para mim mesma, que com sua ausência em minha essência, eu não conseguiria. Por isso eu o buscaria, busco, para sempre.

Quanto aos grilos... eles também são criaturas de Deus. Obedientes que são ao nosso criador, tenho certeza que não existe motivo superior a esse que os faça, quando pedidos, se calarem.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tento estar atenta


Concentre-se, mente insessantemente pensante
Donde estás foco que desconheço?
Ou conheço tanto que já és tão comum?
Deito no braço a cabeça
Esqueço de ler as letras que vejo
E só me vem à mente o que está distante
Lembranças de coisas que esquecer, tanto já quis
E que ainda desenha-se com giz num quadro negro em minha mente
Apagador, pra que te quero?
Mas quando quero que apagues a dor da distração que me aflige
Não realizas o trabalho que te cabes
E parece que, de novo, eu só quis
Sento, lenta, soletro, leio, atenta...
Até que eu capte as palavras que, de verdade, vejo.

Numa tarde na sala de estudos da Univerdade, onde  tudo que conseguia
 fazer era não me concentrar no assunto que tentava estudar para uma 
prova de Direito Comercial dois dias depois dali.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Metáfora


Passarinho, que saiu do seu ninho e veio cantar nos arredores de minha casa.
Cante, pequenino!
Vez em quando pousa numa galha do coqueiro, da goiabeira, do cajueiro.
Cumpre seu papel, enfeitando o céu, sem nuvens, e adicionando som à sua cor azul,
Brilhando, o céu, o pássaro, e seu canto, sob os raios do sol da tarde...
Eu também vou cantando, dando letra, e ritmo, e melodia aos sonhos que persigo;
Pousando também, vez em quando, (não somos de ferro)
Mas como você, que mesmo preso entoas tua música, passarinho, e ainda que triste, vives...
Eu também não quero desistir de cantar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Muitos setembros


O ano já estava terminando. Quatro meses apenas e chegaríamos novamente ao Dia Universal da Paz do próximo ano. E eu nem tinha parado pra pensar na quantidade de coisas pelas quais já passara naqueles oito meses completos. Mudei de apartamento. Na Universidade, estudei de verdade, e tive o primeiro final de período, de verdade. Dei um tapa na falsidade, até espantá-la para longe de mim, até perceber que o que vale mesmo não é agradar a todos, mas agradar àqueles que merecem que o façamos. Adquiri o hábito de ler sempre, e de tudo. Sempre achei interessante quem o fazia. Amei, o bastante para me chamar de boba. E levei um tapa desse amor também, forte e dolorido, o tapa, digo. Meu coração quebrou, e sentiu a dor de cada pedaço, estilhaçado. Descobri que sempre amei futebol, e que assistir aos jogos do time que torço, e conversar sobre campeonatos e taças me faz sentir feliz. Fiz boas amizades, poucas, mas suficientes para mostrar que, como diz o velho clichê,  nesse quesito o que vale não é quantidade, mas qualidade. Quiz sentir Deus mais perto de mim, quiz descobri-lo, e busquei isso. E consegui. Consegui que Ele estivesse perto de mim sempre. Não que Ele não estivesse antes, mas o propósito em sentir a sua presença, na sua paz, na sua tranquilidade, me fez enxergá-lo mais nitidamente dentro de mim. Coloquei uns óculos de grau, na verdade, como se minha fé também estivesse precisando de um auxílio para posicionar sua retina. Não precisei de muito grau, mas usá-los foi a coisa mais impressionante que fiz na vida. Mais tarde, quando eu me sentisse da mesma forma, com os mesmos sintomas que estava antes disso, já sabia o problema, já sabia que só precisaria de mais um pouco de grau nos velhos óculos da minha fé. Resolvi que só daria valor àquilo que fosse moralmente, falo em relação ao caráter mesmo, digno disso. Não é o que as pessoas possuem, materialmente falando, que merece nosso respeito, mas o que trazem dentro do peito, e na consciência, cujos reflexos veem estampados nas suas ações. E digo isso, não porque aprendi, porque alguém me disse, mas porque fui quase uma vítima do que chamei Síndrome do Caráter Monetário. Felizmente, fui mais experta que a doença, e sobrevivi. Eu e a humildade que aprendera a levar comigo, sobretudo quando resolvera fazer a autoanálise que me permitiu descobrir que estava ficando doente. Enfim, havia ganhado uma experiência de vida. Pouca para o que ganharia conforme os anos fossem passando, acredito. Mas ganhei, e isso me fizera crescer bastante.
O bastante para agradecer ainda mais a Deus, todos os dias, por tudo o que Ele já me permitira, e me permitiria ter.
Agora, só faltavam quatro meses para o fim daquele ano. É começo de mês ainda. E desejo imensamente acordar durante os 30 dias desse setembro, e durante o resto dos dias do ano, e durante vários anos, e vários setembros, só pra poder viver mais as oportunidades, os sonhos, os amores, só pra poder estudar cada lição que a vida nos aplica, e aprender mais com cada minuto de cada 24horas dessas.