Meu tio já havia dito o quanto eu iria sofrer por isto na vida ainda. Ouvi ele comentando com minha mãe certo dia, se eu já tinha aprendido a lidar com isto. Senti em suas palavras a afirmação da minha negação como espelho, mas nunca achei que não pudesse transmitir parte de minha parte bondosa para alguém. Foi mais triste para mim que para qualquer outra pessoa escutar que ver bondade nos outros era ruim. Nunca achei isso. Talvez eu não saiba analisar direito o que penso, mas não acredito que ninguém possa ser ruim totalmente, todos tem em sí uma parte, um mínimo que seja de bondade, de ternura, talvez seja isso que eu procuro nas pessoas antes delas me mostrarem seu máximo, e tente mais que tudo mostrar que eu vejo essa parte delas, nelas. É a que eu mais quero ver, sempre. Mas não omito dizer o quanto meus olhos já foram imbecis, tolos, bobos. Veem rosas, lindas, que parecem sorrir para você num gesto amigo de um pedido de abraço, e quando me aproximo e as toco, desejando sentir no dom do perfume a melhor das essências, sinto a dor causada pelos espinhos dos cravos que não consegui enchergar.
Aos poucos porém, o mundo vem me ensinando o modo certo de encarar isso. E como bem diz minha mãe, "não há professor melhor".
Flores me encantam a metros de distância, e apesar da proximidade ser algo indispensável na descoberta de sua essência, a vida tem me ensinado que devemos tentar decifrá-las assim mesmo, de longe.
Mariana Xavier
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