domingo, 22 de maio de 2011

Expectativa de amar

Ela sofria tanto, sofre. Namorou anos com aquele garoto e num dos momentos mais difíceis de sua vida, ele resolveu que eles não davam mais certo. Acabou-se, e mais uma soldada voltou ao exército das amantes não amadas pelo amados. Complicado. Ainda que dissesse que agora só queria esquecê-lo, esquecer essa tarefa era o que era mais difícil. Ele sempre estava na recordação de um jogo de cartas, de um passeio, de um almoço em algum lugar, de um lugar, era inevitável, ela sempre o lembrava.
Nós estávamos mesmo falando sobre isso de lembrar das pessoas de quem se ama, de não esquecê-las fácil, de sentir, mesmo depois de meses que as viu, o friozinho característico que comprime o estômago. Foi então quando me toquei, já havia alguns meses, senão ano(s), que eu não sentia isso por ninguém, que eu não sentia essa saudade, que eu não sentia esse friozinho, que eu simplismente não sentia esse amor, acho que assim posso dizê-lo, por ninguém. Preocupei-me, lembrando-me do quanto é bom tudo isso, do quanto é bom amar.

___ Ah, eu queria gostar de alguém, é tão bom gostar de alguém.
___ Hum rum, é sim, mas quando se é amada também.
___ Não, claro, isso é verdade. Mas eu queria gostar de alguém de novo...

Não demorou muito, eu gostei, gosto!
Então, passei a lembrá-lo, a procurá-lo, a querê-lo.
Passei a fazer os mil planos que se fazem quando imaginamo-nos na presença da pessoa amada. Passei a pensar no que dizer quando nos encontrasse-mos na rua por acaso, ou falso acaso, já que para esse último eu também passei a fazer planos. Queria saber o máximo que pudesse sobre sua vida, a família, o time, a comida, do que ele gostava, o que ele fazia, se malhava e onde ele malhava, onde estudava, trabalhava. Eu queria saber tudo sobre ele, eu queria ele. Eu amava...
E como sofri por isso, recordei agora aquela conversa... "mas quando se é amada"
Eu não lembrava o quanto era ruim não ser notada, o quanto era ruim esperar uma mensagem que nunca chegaria, um telefonema, um e-mail, e pra ser o mais sincera e prática possívell, eu não lembrava de como era ruim não te ver na minha lista de visitantes recentes do orkut. Ah se eu lembrasse! Se eu lembrasse que passaria horas pensando em você ao invés de estar estudando o assunto da prova do dia seguinte, se eu lembrasse que iria perder mais tempo ainda sem falar com ninguém só esperando que a (sua)janelinha no (meu)MSN subisse, se eu lembrasse que eu correria o risco de sofrer tanto assim, como estou sofrendo agora, eu não sei se eu teria dito que queria gostar de alguém, mesmo que ele de mim não gostasse. Porque eu pensava que era bom, era bom ter um motivo pra sair, pra se arrumar, pra perguntar a uma amiga, logo depois de falar com essa pessoa, "ainda dá pra sentir meu perfume?", mas eu só pensava...
Sinceramente, não sei se ainda continuo querendo gostar de alguém só pra sentir frio, e estremecer ao ouvir seu nome, ultimamente estou preferindo falar de sandálias roupas, maquiagem, ainda que seja um tanto fútil gastar tanto tempo com isso (se eu levar em consideração o quanto penso e falo em/sobre você). Não, eu não quero me tornar uma pessoa fria, longe de mim, mas enquanto eu não gostar de alguém que pense e fale em mim na mesma proporção em que eu pense e fale nela, eu vou tentando contornar isso com esses objetos "fúteis" de vez em quando, dói menos sabe? dói só nos pés, no máximo, no bolso.

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