Nos olhos daquela menina, as lágrimas de uma dor profunda que insistia em unir-se ao tecido que revestia seu coração, ou ao músculo que o compunha. Eram os pensamentos tortos que a atormentavam, querendo jogá-la contra si mesma, com força suficiente para torturá-la. Mas do fundo dessa mente, que muito ruim pensava, ouvia uma voz mais forte, e mais clemente, dilascerante, como que partindo de sua alma."Calma, eu estou aqui". Deus a tocava. E quão grandiosa é a sabedoria divina, que criando o homem tão frágil em seu pensamento, cria nele mesmo o remédio para seu tormento, fazendo nascer lá de dentro a fé que o curaria.
Recorria à velha folha em branco, e com a caneta esferográfica do último semestre, escrevia tudo o que sentia, e àquela voz respondia, calmamente, como ela lhe pedira: "Que bom, que bom que você está aí".
Mariana Xavier
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