sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pra ajudar o tempo



Eu havia mesmo decidido não escrever mais sobre você. Porque disse a mim mesma, como se minha vontade de não querer mais te escrever fosse suficiente, que não buscaria mais motivo pra escrever nada sobre ti. No meu trato, prometera que tudo o que eu sentisse depois dali por você, não passaria de meus pensamentos, jamais chegaria ao papel, ou à tela. Mas eu esqueci que apaixonar-se não requer contrato, quanto mais desapaixonar-se, esqueci que a paixão tem sua própria palavra, e meu querer não poderia nunca atuar em lugar dela.
Resolvera não olhar mais suas fotografias, nem seus recados, para os outros, nem te ter mais na minha lista de amigos no site de relacionamentos, só pra não ter que ver seu status aparecer de repente na minha página inicial. Porque eu queria você longe de mim, de todas as formas, eu quero, na verdade, e por isso continuo fazendo tudo isso. Nos últimos meses tentei ser mais realista comigo mesma, busquei entender melhor a vida, e os verdadeiros valores que ela apresenta, desejei e busquei crescer humanamente, como nunca tinha feito, e como sempre faria a partir de agora. Tornara-se mais fácil compreender, e aceitar, que só o tempo faria diminuir, e um dia, desaparecer aquele nó que você deixara dentro de meu peito, e que tudo que eu fizesse não seria mais que ajudar esse tempo a trazer um tempo em que o nó não mais existiria, ou pelo menos, não por sua causa.
Outro dia pensei que você, com tudo que me fizera passar, teria me deixado um tanto mais fria em termos de relacionamentos. Mas conversando com uns amigos percebi que não. De uma conversa aprendi que quando sofremos por um amor, o seguinte sempre nos causa uma espécie de receio, é como se tivessé-mos medo de que tudo se transformasse no que passamos da última vez; em outra conversa, descobri que somando-se a isso, passamos a querer enfrentar o amor como algo real, passamos a querer dar um tapa nas ilusões assim que percebemos a presença delas. Por esses motivos, sei que não me tornei fria, ou pelo menos prefiro achar que abri uma das janelas de minha mente que quer construir um amor inteligente, digo, um amor "adulto", sendo mais clara: nada de conto de fadas, é isso.
De qualquer forma, só estou escrevendo de novo sobre você, só estou quebrando meu trato comigo mesma, porque senti a necessidade de abrir meu coração para as palavras, a seu respeito, novamente, como para extrair de mim cada dígito que ainda resta de você. Porque vez em quando ainda vejo tuas fotografias, só pra ter certeza de que o coração sente o que os olhos veem, só pra ter certeza que não é fácil esquecer um amor, e que precisarei ser ainda mais forte pra suportar cada gelo que se segue em meu interior quando te vejo, só pra ter certeza que eu tenho mesmo que continuar ajudando o tempo a trazer meu tempo sem você, de volta.

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