Migalhas de um amor vivido. Era quase impossível esquecer tudo aquilo, havia sempre uma ou outra lembraça num amontoado de pensamentos escondidos numa gaveta qualquer da memória. A chave? Sua presença. Sua presença numa música , num gesto reproduzido por um amigo, ou outra pessoa, na lembrança de um beijo quando da observação de outro casal apaixonado, numa palavra, num cheiro, na sua presença mesmo, física, digo, mas mais ainda na impossibilidade de tocá-lo. Cascalhos apenas... grisalhos que já estavam aqueles pensamentos, ainda assim, reconduziam-me àquele tempo, bom tempo, levado pelo vento. Perdido. Reencontrado, porém, quando o mesmo vento insistira em soprar sobre mim novamente.
Brisa, ora quente, ora fria, a depender de quais memórias saltavam das gavetas que abria. Mas sempre envolventes, sempre. Podia sentir aquele vento abraçar-me e roubar todas as minhas forças, como você fazia. Aconchegante e carinhosamente. No fim, um sorriso, dois, na verdade, os nossos.
A brisa também sorriu, e depois, partiu, e me deixou outra vez sem os abraços. Fechou as gavetas que se abriram na minha mente, trancando de novo teus braços quentes, os beijos envolventes, o cheiro, os gestos, as palavras, as músicas da gente, trancou você, enfim. Fazendo-me crer que nunca mais você ía reaparecer, fazendo-me crer que agora eu iria te esquecer, fazendo-me perceber, no fim, e verdadeiramente, que por sua presença, e súbita ausência - da brisa, digo - tudo poderia voltar, de repente. Só para eu poder ver meu guarda-roupas desorganizado, quando abrindo suas portas, reviraria todas as minhas roupas, na velha gaveta, até encontrar aquela antiga peça, bem no fundo, aquela que, mesmo sendo fã dos atos de caridade, era 'minha' demais para isso. Porque ela vestia além de um corpo. Vestia, na realidade, parte de minha história, ou a nossa história, por completo, marcante demais, pessoal demais, e portanto, repito, 'minha' demais para ser doada.
Brisa, ora quente, ora fria, a depender de quais memórias saltavam das gavetas que abria. Mas sempre envolventes, sempre. Podia sentir aquele vento abraçar-me e roubar todas as minhas forças, como você fazia. Aconchegante e carinhosamente. No fim, um sorriso, dois, na verdade, os nossos.
A brisa também sorriu, e depois, partiu, e me deixou outra vez sem os abraços. Fechou as gavetas que se abriram na minha mente, trancando de novo teus braços quentes, os beijos envolventes, o cheiro, os gestos, as palavras, as músicas da gente, trancou você, enfim. Fazendo-me crer que nunca mais você ía reaparecer, fazendo-me crer que agora eu iria te esquecer, fazendo-me perceber, no fim, e verdadeiramente, que por sua presença, e súbita ausência - da brisa, digo - tudo poderia voltar, de repente. Só para eu poder ver meu guarda-roupas desorganizado, quando abrindo suas portas, reviraria todas as minhas roupas, na velha gaveta, até encontrar aquela antiga peça, bem no fundo, aquela que, mesmo sendo fã dos atos de caridade, era 'minha' demais para isso. Porque ela vestia além de um corpo. Vestia, na realidade, parte de minha história, ou a nossa história, por completo, marcante demais, pessoal demais, e portanto, repito, 'minha' demais para ser doada.
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