Onde estaria você naquele dia? A lua estava linda...
Eu havia chegado tarde em casa. Pelo menos consegui dormir na viagem, quase o percurso inteiro. Estava cansada. Mesmo assim, entrei na internet pra checar minhas páginas nos sites de relacionamento e minha caixa de e-mails. Nada demais em ambos, mas acabei, como sempre, indo deitar-me tarde. Agora, eu estava sentada na minha cama, costas apoiadas na sua cabeceira, pés plantados no colchão, eu escrevia. Porque me dera vontade de escrever sua ausência, sua demora talvez, e certamente, minha solidão. Havia ido conferir se a porta da frente estava mesmo trancada à chave, através do vidro percebera a luz da lua fascinante. Num pensamento súbito imaginei, onde você estaria naquele momento que não me fizera perceber o brilho daquela noite mais cedo? Não viera me buscar em casa quando cheguei, nem me levara para passear com você pelas ruas vazias daquela pequena cidade sem trânsito, àquela hora, com apenas poucas pessoas fofocando sentadas às calçadas de suas casas, e onde o maior barulho quem fazia nem era elas, mas o vento, que cantava, como em filme de suspense, querendo talvez dar sonoridade àquele meu pensamento solitário e ausente. As estrelas, que faziam companhia aquela lua tão iluminadora naquela noite, também pareciam esperar comigo, ansiosas, até ao dia em que filmariam nossos beijos, e entre tantos, os de despedida na porta de minha casa. Querido, porque sequer não me dás notícias, e evita meu sofrimento precoce dizendo-me ao menos por onde andas? E se não andas tu por lugar algum, porque também está em casa, pensando talvez porque sua amada também demora tanto, ou não, então fala-me de teu coração, e o teu amor, onde se encontra? Eu, como as estrelas, ansiosa, te espero. E se não apareceres cedo, manda-me ao menos a resposta dessa última pergunta que te fiz. Diz-me se ele está a caminho, o teu amor, o teu coração, ou se ele está longe, muito longe ainda de mim, me diz.
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