Temo que, diante dos olhos imparciais que nos cercam, pessoas boas por completo sejam quase impossíveis de se encontrar. Ultimamente tenho tomado lições por mim mesma, reflexos estranhos de coisas que assim não as ví ao emití-las. Algo escuro e frio tenta tomar a nitidez de minha visão, como nuvens em dias de inverno tapando o céu azul claro do outono anterior. O conflito porém, é entre eu e eu mesma. Talvez essa escuridão só me deixe mais íntima do meu íntimo, o qual preciso moldar. A luz que falta deve aparecer assim que eu reconhecer o mundo em que vivo, perceber que minha bondade nem sempre vai ser a do meu vizinho, do meu amigo, do meu conhecido. Os fatos, já há algum tempo, me faziam começar a perceber a diversidade de pensamentos em que vivo imers;, perceber o mundo, assim misturado, assim heterogêneo, assim polifásico. E agora, ainda mais, vejo o quanto as opiniões a meu próprio respeito rondam mais concorrentes que paralelas. Nunca serei para um alguém aquilo que sou para um outro. Nunca serei para todos aquilo que realmente intenciono ser. Nunca serei completa, mas moldável aos olhos curiosos e atentos que me observam. Ainda que eu tente, e me culpe, e me preocupe com aspectos tão mínimos, pequeninos, observando ser uma pessoa boa o bastante para agradar aos muitos que me rodeiam e ligam-se a mim, seja por meio de uma simples oi ou por meio de uma amizade de anos, não adianta! eu nunca serei boa para todos esses, eu nunca conseguirei não ser taxada de erro.
Ainda assim, posso ver um raio de luz, algum claro corta essa escuridão. Pela minha fé, sendo essa a preenchedora de todas as lacunas que viriam, em sua ausência, a listrar o meu ser, e a vinculadora de minha paz e paciência interior, digo que essa luz só pode ser Jesus. Convicta disso, só sinto que Ele, mesmo sendo Ele, ilumina-me dizendo algo tão óbvio e simples: "Nem eu consegui agradar a todos"
Faço minha parte, penso. E um suspiro de quase alívio me deixa deitar e dormir bem.
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