Sentada para estudar debruçava-me sobre os livros imaginando que olhar apenas para aquelas palavras seria te esquecer por um momento. Era certo e necessário que te esquecesse durante aquele tempo, mas as vezes funcionava, outras não. Repentina e incovenientemente você reaparecia para me fazer ler aquele parágrafo mais de quatro vezes, lavar meu rosto mesmo sem estar com sono, deixar a leitura de lado mesmo sem ser hora de intervalo, ou ir comer qualquer coisa mesmo sem estar com fome na tentativa presumidamente falível de abstrair de meu estômago aquele nó que insistia em apertá-lo até o último fio de ar possível. Mas não, não! Eu tenho que voltar a estudar, a ler... mais que beijos e abraços era um sonho que eu buscava concretizar, era um objetivo que tinha de percorrer, era um futuro, o meu futuro, aquele que eu escolhera lutar para conseguir ter.
Minutos depois eu estaria lá, sentada, novamente hipnotizada por aquelas palavras didaticamente organizadas, estaria concentrada e minha vontade era de ficar assim sempre, mesmo sabendo que mais tarde eu voltaria a pensá-lo, a querê-lo, senão acordada pelo cansaço do dia, pelo sono, no sonho de onde você não sumia. Pior de tudo era que você, pelo menos por enquanto, também era um objetivo, e não deixava de ser também o que eu queria como parte de meu futuro, pena que eu não te encontrava nos livros, na leitura, em nenhum parágrafo, em nenhuma frase sequer, em nenhum período, a você me caberia outra forma, ou uma forma subjetiva, de procura.
...seria tão mais objetivo, tão mais fácil te encontrar também nos livros.
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